Empresa de reciclagem recolhe quase 600 mil bitucas por mês

Em seis cidades do interior de São Paulo, um total de 575 mil bitucas de cigarro deixam, mensalmente, de ser descartadas de forma incorreta e contribuírem para a poluição do meio ambiente, para serem recicladas e virar celulose. O trabalho é feito pela Poiato Recicla, por meio de cerca de mil caixas coletoras, e, segundo o empresário Marcos Poiato, o resultado — que corresponde a 230 quilos mensais — não representa nem 1% de toda a quantidade de restos de cigarros produzida.

Segundo Poiato, as bitucas de cigarro são materiais altamente poluentes, tanto por sua composição como por serem tóxicas. A Poiato Recicla começou a atuar em 2010, a partir da cidade de Votorantim, e até hoje se mantém, segundo seu fundador, como pioneira neste trabalho, a partir de uma patente registrada de um sistema de reciclagem desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília.

O trabalho começou com 30 caixas espalhadas pelo município vizinho, que naquela ocasião conseguiam recolher cerca de oito quilos por mês. “O que existia de resistência, lá atrás, hoje estamos vendo o contrário. Hoje são as empresas, as instituições, que nos procuram. Bares e restaurantes já abrem as portas tendo a caixa coletora”, conta Poiato, ressaltando que, há alguns anos, o trabalho era criticado por possivelmente estimular o consumo de cigarro e por seu custo. “É uma responsabilidade social. Retiramos o material, fazemos a limpeza das caixas e reciclamos. Antes, tudo o que se falava sobre cigarro era em relação à saúde. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que o cigarro não faz mal só para a saúde, mas também para o meio ambiente.”

Compensação 

Poiato conta que as caixas coletoras hoje estão presentes, além de Votorantim, em Campinas, Ilhabela, Boituva, Laranjal Paulista e Sorocaba. Nesta, inclusive, ele destaca que o material é recolhido em resposta a iniciativas privadas, mas que as caixas já chegam às ruas também por ações governamentais. “Uma grande indústria precisou fazer uma compensação ambiental e, para isso, fez um acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, que aceitou a instalação de 130 caixas na cidade para essa compensação.” Após recolhido, o material é encaminhado para a usina de reciclagem, instalada em Votorantim, onde as bitucas são processadas e viram massa de celulose, que é doada para instituições e escolas, que com esse material fazem um trabalho de inclusão social e geração de renda.

 

Fonte: https://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/886570/empresa-de-reciclagem-recolhe-quase-600-mil-bitucas-por-mes